A IA na indústria da construção
Publicado 12.6.2024
Até onde podemos chegar com a IA na construção de grandes obras?
Olá! Esperamos que esteja bem.
Grande parte dos temas formulados pela ficção científica, entre fins do século XIX e o século passado, se tornaram realidade: a chegada do homem à lua, hologramas, drones ou mesmo os próprios robôs.
O contexto atual nos leva a Isaac Asimov e às Três Leis da Robótica, propostas para estabelecer a relação entre o homem e os robôs, máquinas dotadas de inteligência artificial. Será que estes escritores visionários puderam imaginar que em algumas décadas mais tarde todo esse universo sonhado chegaria a se concretizar?
Embora a IA tenha estado se desenvolvendo há anos, 2023 será lembrado como o ano da (r)evolução desta tecnologia que veio mudar para sempre a forma de fazer as coisas para a indústria e para grande parte da sociedade.
Seus resultados e também as expectativas sobre a sua aplicação deram à IA um alcance universal, tão importante como a máquina a vapor ou a própria internet. Todos estamos vendo como a conhecida inteligência generativa tem sido aplicada, aquela utilizada para criar imagens, melhorar textos ou traduções e inclusive para fazer canções, vídeos e animações. Nós a utilizamos, não para fazer músicas, mas para fazer consultas sobre os contratos de nossos clientes.
A engenharia e a construção não ficam de fora dos avanços da IA. Em uma usina de tratamento de gás em Vaca Muerta, em um gasoduto em Córdoba, ambos na Argentina, em um projeto de dessalinização da água, no Chile, e até em uma refinaria no México, já estamos implantando esta tecnologia. Saiba como!
Em Vaca Muerta, na Argentina, estamos testando um aplicativo para medir o progresso físico através de modelos virtuais multidimensionais, feitos com digitalizações a laser e processados com inteligência artificial. Uma câmera escaneia desde pessoas e andaimes até cones de sinalização e a estrutura, e seu software aprende o que é cada coisa que aparece através de um processo de categorização.
Depois, obtém-se um modelo tridimensional exato, gerado por um arquivo com as coordenadas desse objeto e o compara com o modelo real: testa as coincidências entre o modelo de engenharia e os resultados práticos. Esta ferramenta, que utiliza a tecnologia de nuvem de pontos, proporciona uma visão muito mais precisa do avanço físico da obra. Maximiza a mensuração e o planejamento: economizamos tempo, ganhamos eficiência e praticidade.
Por sua vez, em Córdoba, Argentina, estamos testando um app que busca reduzir o tempo investido no redesenho manual dos diagramas de tubulações e instrumentação (P&ID), recebidos por nós do cliente, os quais, muitas vezes, não possuem atributos nem metadados, considerados “não inteligentes”.
O app, mediante inteligência artificial, processa diagramas sem atributos nem metadados e gera, em segundos, uma grande porcentagem do diagrama (aproximadamente 70% de completitude), economizando muitas horas em processos que, normalmente, são feitos de forma manual.
Por sua vez, em um projeto no norte do Chile, começamos a testar uma ferramenta que também trabalha com IA e nuvem de pontos, que permite representar graficamente o contexto atual da obra. Isto se utiliza para proporcionar uma maior precisão na fabricação de spools (que se fabricam em Santiago e depois são transportados até a obra) e, portanto, no processo de montagem.
A aplicação se utiliza para medir ao milímetro, a relação entre as partes e assim reformular a obra antes de executá-la no local. Em vez de imaginar o espaço entre uma flange e a outra, conseguimos obter um escaneamento preciso de cada spool.
Por último, em projetos no Chile e no México, estamos aplicando machine learning ao modelo de Expediting da companhia, cujo fim é obter datas mais precisas na previsão da chegada de materiais. Esta tecnologia utiliza os dados prévios de datas de entrega de fornecedores juntamente com dados de commodities históricos para calcular deltas de datas de entrega e, em consequência, melhora o planejamento do projeto.
Até onde chegará a IA?
O futuro se aproxima a passos largos, tal como foi imaginado por Asimov ou como foi desenvolvido por Turing. Ainda não sabemos se será possível construir nosso próximo gasoduto na Cordilheira dos Andes com robôs, mas o que sim já sabemos é que a IA está fazendo uma contribuição significativa com nossos projetos e que continuaremos trabalhando e nos apoiando nesta tecnologia para melhorar nossos processos, agilizar os prazos e seguir impulsionado esta tecnologia disruptiva na indústria da engenharia e da construção.
Observação: esta newsletter não foi escrita com inteligência artificial (por enquanto).
Até a próxima!
Equipe de Comunicação da Techint Engenharia e Construção