Teste piloto de PlantStream 3D, um software inovador para os proyetos
Publicado 12.4.2024
A ferramenta de origem japonesa possui um alto potencial para melhorar a análise de alternativas dos projetos, e rapidamente realizar modelagens tridimensionais. Além disso, reduz o tempo de cálculo de quantidades e permite a maximização dos recursos.
Uma equipe multidisciplinar da Techint Engenharia e Construção realizou um teste piloto do software PlantStream 3D e determinou que é muito útil para otimizar os projetos da companhia nas primeiras etapas. As conclusões foram expostas de forma detalhada durante o IDAY, realizado em dezembro passado.
“O programa permite uma modelagem bastante rápida em 3D e seu grande potencial é o auto roteamento de linhas de piping e cabos de eletricidade. Nos serve para engenharias conceituais, básicas ou básicas estendidas”, explica Julieta Medina, Energy Transition Principal e líder do teste piloto.
Mediante uma interface de usuário fácil e intuitiva, similar a outras já utilizadas na companhia, e com o aporte de muito pouca informação, proporciona a possibilidade de realizar o roteamento das linhas de forma automática e, à medida que forem sendo adicionados os materiais, como por exemplo, canos, ela volta a reordená-los em apenas alguns segundos. “Se a gente realizar o mesmo procedimento, sem a intervenção deste software, levará muito mais tempo, porque cada vez que se adiciona um cano é preciso mexer em todos os demais de forma manual, em diferentes esquemas no Autocad”, aponta Medina.
Uma boa opção para as obras da transição energética
No início de um projeto, não costuma haver tanta definição e a necessidade de fazer mudanças é recorrente. “À medida que avança a engenharia, a gente vai recalculando, vai confirmando, confere de novo, os diâmetros mudam, a localização dos equipamentos também, algumas linhas são adicionadas ou outras são retiradas. Este programa melhoraria o trabalho para a etapa de oferta, quando temos que dar estimativas bem rápido”, especifica Medina.
Além disso, assegura que a sua implantação pode ser muito positiva para os projetos de transição energética. “Pelo fato de não haver tantas fábricas destes novos produtos no mundo, não temos muitas referências. Portanto, ter uma visualização 3D nas primeiras etapas poderia ser de muita utilidade”, afirma.
Pioneira na América Latina
O PlantStream 3D é fabricado por PlantStream Inc., uma startup japonesa criada em 2020. É uma joint venture de ChiyodaCorp (empresa global EPCista, com experiência em refinarias e liquefação de gás natural) e Arent Inc. (startup dedicada ao modelo CAD).
Durante a conferência anual do Instituto da Indústria da Construção, realizada nos Estados Unidos, em julho de 2023, ocorreu o primeiro contato entre Techint E&C e PlantStream Inc., a startup japonesa criada em 2020 (uma joint venture de ChiyodaCorp e Arent Inc.) que fabricou o software Os representantes expressaram interesse em se aventurar no setor latino-americano e se ofereceram para conceder seis licenças de usuário à empresa argentina para testar o programa por um mês.
Em meados de novembro, foi realizada uma capacitação virtual de três horas diárias durante uma semana e, posteriormente, teve início a modelagem para replicar uma parte da instalação de Puesto Parada, um projeto de engenharia já desenvolvido para Tecpetrol, o que permitiu importar informações de outros programas em uso.
“Testamos as funcionalidades em nível qualitativo. Em menos de duas semanas, chegamos a um modelo que normalmente nos leva muito mais tempo, porque a integração da informação das diferentes especialidades é bastante complexa. Com este programa, é feito o upload dos dados e é possível ver rapidamente o resultado. Foi muito simples armá-lo”, afirma Medina.
O sistema é fácil de instalar e possui poucos requisitos de hardware, com alta velocidade de processamento. Além disso, o fabricante tem boa predisposição para o desenvolvimento de melhoras e implementação para o futuro com lançamentos de novas versões a cada três ou quatro meses.
Trabalho colaborativo
A coordenação dos projetos sempre é de suma importância e, nesta ferramenta desempenha um papel fundamental. “Realmente tem um alto potencial para a modelagem de plantas industriais, mas exige muita comunicação e ordem, porque não permite múltiplos usuários de forma simultânea. Podemos trabalhar de forma paralela, mas sempre precisamos inserir as modificações que outra pessoa fez. Então, isso nos obriga a trabalhar mais conjuntamente, muito mais conectados, de forma mais colaborativa e enriquecedora para todos”, comenta Medina.
Encontrar o melhor design
O software serve para melhorar a análise de alternativas, a visualização rápida em 3D e a estimativa de quantidades de tubulação e eletricidade em menos tempo e com menos recursos.
“Com esta ferramenta, é possível mudar de lugar um modelo com um ou vários equipamentos, fazer o auto roteamento em todas as tubulações e conectar a mesma coisa que havia sido pedido inicialmente com os pontos de entrada e saída”, explica Medina.
No futuro
Antes disso, foram feitos testes com outro programa promissório, mas sem sucesso. O trabalho com o PlantStream 3D levou um mês e meio e, de acordo com Medina, foi uma grande experiência. “É uma coisa boa se permitir testar novas ferramentas que nos facilitem o trabalho diário. Obviamente, sempre há uma curva de aprendizagem que é preciso passar para poder fazer a comparação, de forma justa, com as outras que já temos. Além disso, nesse caso em particular, também é preciso repensar a forma de trabalhar com uma equipe multidisciplinar”, acrescenta.
Embora a tecnologia tenha alguns pontos de melhoria, com base no relatório com os resultados obtidos e as potencialidades identificadas, está sendo feito um trabalho para definir como continuar.
Medina adianta que, em parceria com Inovação e Sistemas, estão considerando se é possível avançar com os testes. “O objetivo é nos incentivar a testar isso em paralelo à metodologia de trabalho atual. O objetivo é ver como e com que rapidez chegamos aos resultados, partindo das mesmas informações”, conclui.