Como parte da estratégia de digitalização, a Techint Engenharia e Construção adotou a rede Sigfox para monitorar a localização e o uso de equipamentos não operados. Além disso, essa ferramenta abre caminho para outras inovações.

Na busca constante para maximizar processos, melhorar a qualidade e reforçar a segurança nos projetos, a Techint Engenharia e Construção começou a implantar a rede de conectividade Sigfox focada na IoT (Internet of things ou Internet das coisas).

“Esta rede foi criada para comunicações de baixa velocidade (OG) e serve para a transmissão de poucos dados. Através de diferentes sensores, é possível transmitir temperatura, fluxo, pressão, posicionamento por satélite, etc.”, explica Edwin Melgar, IT Site Manager em C20+. A ferramenta se baseia em uma estrutura formada por antenas e estações base espalhadas por todo o território, que se comunicam com os sensores e com o servidor onde estão armazenados os dados.

A tecnologia Sigfox já se utiliza no Chile, nos projetos C20+ e SADDN, e no México, no Parque de Máquinas de Veracruz, para o rastreamento de equipamentos menores e alugados. Por sua vez, na Argentina tem sido aplicada em equipamentos no Parque de Máquinas em General Pacheco. Além disso, vem sendo realizados testes no projeto de Reversão do Gasoduto Norte, em Córdoba, para gerar medições e controles remotos em dutos.

“A extensão geográfica dos projetos de dutos torna necessário mapear os ativos de valor que não tiverem telemetria inserida, como os equipamentos pesados que usamos atualmente. Nesse ponto, surge a necessidade da tecnologia da IoT, para transmitir dados como o posicionamento com uma rede dedicada que só maneja ‘pequenos’ pacotes”, indica Alejandro Aguirre, Innovation & Knowledge Mgmt. Sr. Manager.

O caso do Chile

Carlos Payra, IT Business Applications Specialist, conta que nos projetos C20+ e SADDN foi implantada a estrutura da rede Sigfox ao longo do traçado do duto para poder, em uma primeira etapa, rastrear unidades não operadas por pessoas. “Contamos com equipamentos como torres de iluminação, motosoldadoras e motocompressores, entre outros, que não podiam ser rastreados e não se sabia se estavam em uso. Este processo era feito manualmente in site. Graças à introdução desta nova tecnologia, agora podemos controlar sua localização mediante o sistema de posicionamento por satélite e medir sua utilização através da vibração: tudo isso com apenas duas mensagens diárias”, explica Carlos.

“Jorge Zamorano, Heavy Equipment Auxiliary Inspector no Parque de Máquinas de México e atual administrador da plataforma Sigfox, foi chamado para a implantação no Chile. Foi uma excelente experiência para trocar know-how, reduzir tempos e facilitar o funcionamento e a capacitação”, acrescenta Carlos.

O caso da Argentina

A rede da IoT será utilizada também para transmitir dados de monitoramento de variáveis dos testes hidrostáticos dos dutos na Argentina. Neste sentido, está sendo realizado uma prova de conceito (POC) para medir a pressão e a temperatura da água na extremidade oposta do cabeçote de lançamento ou no enchimento do trecho de prova.

“Com isto se busca evitar a transmissão de dados por rádio e a leitura física de manômetros de dial convencionais, que implica ter pessoal do lado do instrumento. Por outro lado, dispor de maneira democratizada destas informações sensíveis significa um avanço em matéria de segurança, já que a equipe completa do projeto poderá ver quando está sendo feito o levantamento da pressão nos testes e tomar as precauções necessárias para o pessoal de campo”, destaca Aguirre.

Infinitas possibilidades

Além dos usos mencionados de GPS, medição de vibrações e controle de variáveis de pressão e temperatura, existem múltiplas aplicações da tecnologia IoT para os projetos e serviços. Desde medições de níveis em tanques até monitoramento de unidades rotativas para antecipar tarefas preventivas, passando pela gestão de segurança de trabalhadores no local, alertando sobre eventos de condições inseguras e riscos iminentes.

O gerenciamento de materiais também pode se beneficiar com esta tecnologia mediante tagging de radiofrequência nos casos críticos e alertas sobre quantidades inferiores às requeridas. Adicionalmente, a gestão de combustível em obra pode melhorar com dispositivos da IoT, já que é possível monitorar o funcionamento de tanques e caminhões-tanque e cruzar os dados com o consumo dos equipamentos abastecidos. Inclusive, há dispositivos da IoT para componentes pesados sem telemetria nativa para monitorar sua performance in situ. Em síntese, as possibilidades são ilimitadas!