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O papel fundamental da Techint E&C na rede de dutos ao redor do mundo

Publicado 22.10.2025

No início da semana passada, a imprensa brasileira noticiou a primeira importação de gás natural proveniente da formação de Vaca Muerta, na Argentina, transportado via Bolívia até o Brasil. A operação piloto envolveu o transporte de 100 mil metros cúbicos por meio da malha de gasodutos que conecta os três países. O feito, considerado inédito, reacendeu a atenção para projetos de infraestrutura energética que tornam possíveis cadeias de suprimento entre nações vizinhas.

Ao longo da extensa atuação histórica da Techint E&C no Brasil, contribuímos para obras que atravessam fronteiras, ampliam capacidade de transporte, conectam mercados estratégicos e evidenciam sua relevância em sistemas de transporte e integração. Apenas no território brasileiro, a companhia já foi responsável pela construção e integração de mais de 8.000km de dutos utilizados para diferentes operações energéticas. Esse número corresponde a cerca de 60% de toda malha de dutos presente no país.

Conheça alguns dos projetos mais relevantes seguir:

  • Oleoduto Santos–São Paulo (1950)

Construído na década de 1950, o oleoduto percorre cerca de 240 km entre o porto de Santos e a cidade de São Paulo. À época, tratou-se de uma das obras mais complexas da infraestrutura de petróleo no país, definindo um novo padrão de logística para o setor. Quando entrou em operação plena, em 1953, reduziu de forma significativa o volume de cargas transportadas pela Estrada de Ferro Santos-Jundiaí — um indício de seu impacto estrutural na cadeia de distribuição energética.

Oleoduto Santos–São Paulo · .

  • Gasoduto GasAndes (1997)

Inaugurado em 1997, o Gasoduto GasAndes estende-se por 463 km entre Mendoza, na Argentina, e Santiago, no Chile. O empreendimento atravessa a Cordilheira dos Andes, enfrentando altitudes e terrenos íngremes, o que exigiu soluções técnicas especiais em traçados e compressão. O projeto foi resultado de estudos de viabilidade concluídos poucos anos antes e implementado em tempo recorde, consolidando uma nova rota energética entre os dois países.

  • Gasoduto Perito Francisco Pascasio Moreno (Argentina, 2023)

Com uma extensão de 573 quilômetros entre Tratayén (Neuquén) e Salliqueló (Buenos Aires), o GPFPM (ex-GPNK), tornou-se o maior projeto de infraestrutura energética das últimas quatro décadas na Argentina. Sua construção em tempo recorde representou um marco de engenharia e coordenação, com mais de 10.000 pessoas envolvidas e a incorporação de tecnologias de soldagem automática e plantas de junta dupla. O gasoduto permite aumentar a capacidade de transporte de Vaca Muerta — a segunda reserva mundial de gás não convencional — para os principais centros de consumo, marcando um passo decisivo para a soberania energética do país.

 

Gasoduto Perito Francisco Pascasio Moreno · .

  • Gasoduto Paraná–Uruguaiana (2000)

Concluída em 2000, a ligação de 451 km entre Paso de los Libres, na Argentina, e Uruguaiana, no Brasil, foi projetada para garantir o abastecimento da usina fronteiriça de 600 MW no Rio Grande do Sul. O projeto reforçou a integração energética bilateral e viabilizou o transporte contínuo de gás, fortalecendo o elo energético entre os dois países.

  • Reversão do Gasoduto Norte (2023)

Executada em 2023, essa intervenção envolveu a construção de cerca de 100 km de novos dutos para inverter o sentido de fluxo e canalizar volumes de gás de Vaca Muerta para províncias do norte da Argentina. A obra incluiu mais de 30 cruzamentos especiais, mobilizou 1.400 trabalhadores e foi entregue em seis meses. Estima-se que a reversão proporcione uma economia anual da ordem de US$1,9 bilhão.

Reversão do Gasoduto Norte · .

  • Gasoduto Bolívia–Brasil (GasBol) (1999–2000)

Operacionalizado entre 1999 e 2000, o GasBol tem cerca de 3.150 km de extensão, sendo 557 km em território boliviano e 2.593 km no Brasil. Ele conecta Santa Cruz de la Sierra à região sudeste brasileira, atravessando cinco estados e passando por cerca de 135 municípios. Com capacidade para transportar até 11 bilhões de m³ por ano, o gasoduto consolidou-se como um eixo essencial para o abastecimento energético do Brasil.

Gasoduto Bolívia–Brasil · .

  • Gasoduto Shedgum–Yanbu (Arábia Saudita, 1978)

Construído em pleno auge do desenvolvimento energético do Golfo, este megaprojeto de 1.166 quilômetros conectou a planta separadora e processadora de gás em Shedgum, no Golfo Pérsico, com a planta fracionadora em Yanbu, na costa do Mar Vermelho. Sua execução representou um desafio técnico e logístico sem precedentes, atravessando zonas desérticas com condições extremas. A obra consolidou a Techint como um ator-chave na construção de dutos em grande escala no Oriente Médio e estabeleceu as bases para futuros desenvolvimentos energéticos na região.

Gasoduto Shedgum–Yanbu · .

Um legado para a segurança energética sul-americana

Ao longo de décadas, a Techint E&C contribuiu para estruturar corredores energéticos que atravessam fronteiras e conectam mercados estratégicos. A importação recente de gás de Vaca Muerta evidencia não apenas a relevância dessa infraestrutura já consolidada, mas também os desafios futuros de expandir e modernizar as rotas de transporte para acompanhar a crescente demanda energética da região. Esse conjunto de obras, além de reforçar a segurança de suprimento, projeta um caminho de maior integração entre países sul-americanos.

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