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Gasoduto Shedgum-Yanbu: um projeto na Arábia Saudita com 45 anos de história

Publicado 14.7.2023

Depois de 45 anos do início deste gasoduto de 1.166 quilômetros na Arábia Saudita, os colaboradores de Techint se reuniram para recordar algumas das experiências lá vividas. Mario Mangiantini, chefe de Recursos Humanos daquele projeto, nos conta quais foram os principais desafios.

 

Já passaram 45 anos desde que Mario Mangiantini se trasladou por 20 meses na Arábia Saudita para fazer parte do projeto Shedgum-Yanbu e, mesmo assim, ele ainda se lembra as altas temperaturas do deserto, dos múltiplos idiomas que ecoavam na obra e como era difícil se comunicar com a Argentina.

"Foi uma façanha incrível que implicou uma grande logística. Foram instalados 23 acampamentos móveis que se deslocavam dependendo do andamento da obra e chegamos a ter 4.000 pessoas trabalhando no local", conta Mangiantini.

O clima foi um importante obstáculo a ser superado porque as altas temperaturas, de até 55 graus, dificultavam a realização das tarefas dos colaboradores.

A multiculturalidade foi uma das protagonistas da obra, já que havia trabalhadores de 34 nacionalidades diferentes. "Parecia as Nações Unidas, com comunidades muito grandes de árabes, tailandeses, turcos e filipinos. Soubemos manter um grande respeito pelas diferenças e nos esforçamos para que a obra começasse e terminasse sem deixar nenhuma contingência, incluindo as culturais", explica.

Ele também se lembra que havia refeitórios específicos para os diferentes grupos, nos quais até era possível desfrutar de um churrasco e das típicas comidas argentinas. Na obra, havia inclusive um responsável pelo entretenimento que organizava campeonatos de futebol, boliche e tênis, dentre outros, promovendo equipes cada vez mais fortes e unidas. "Todos nós fazíamos parte da mesma equipe", recorda Mário.

O desenraizamento

O desenraizamento foi uma das questões mais difíceis. A folga era a cada seis meses e só era possível estar na Argentina por 15 dias. “Eram outros tempos. Estávamos no meio do deserto, sem comunicação com nossas famílias e em um país com uma cultura completamente diferente”, conta. A esposa de Mangiantini morava em Zárate e as cartas demoravam entre 10 a 12 dias para chegar. Além disso, como não havia telefone fixo em cada casa, sua esposa para se comunicar com ele, ia até a casa de um vizinho.

“Alguns integrantes quiseram ir embora, em determinadas ocasiões, portanto conter estas pessoas foi um repto. Aquele projeto desafiou nossa capacidade e vontade de mudança. Por isso, nosso foco estava dirigido a criar uma comunidade e a partilhar valores em comum”, acrescenta.

Apesar de todas as adversidades, o mega projeto da Techint E&C permitiu ligar através de 1.166 quilômetros de gasoduto, a usina separadora e processadora em Shedgum, no Golfo Pérsico, com a usina de fracionamento em Yanbu, na costa do Mar Vermelho.

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