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Italia: O hospital do futuro para Padua

Publicado 21.2.2024

A equipe de engenharia de Techint Engenharia e Construção de Milão está trabalhando no planejamento de um complexo centro de saúde interregional, que somente estará funcionando no final desta década, é o mais recente desafio para. O diretor do projeto, Daniele Morgera, compartilha os detalhes sobre os desafios das fases iniciais do design deste hospital de vanguarda.

 

Um complexo hospitalar tecnologicamente avançado, o Polo della Salute di Padova Est é um projeto audaz e com visão de futuro que não atenderá apenas a uma grande necessidade da comunidade, mas também posicionará Pádua como o principal centro de saúde na região do Vêneto. A equipe de engenharia da Techint E&C faz parte do consórcio responsável pela desafiante tarefa de elaborar o design deste complexo multipropósito localizado no Polo Giustiniani da cidade de Pádua, que atenderá às necessidades de pacientes hospitalizados e ambulatoriais. Além disso, os planos incluem uma inovadora torre de pesquisa médica ligada à Universidade de Pádua.

Daniele Morgera, chefe do Departamento de Infraestrutura da Techint E&C, está a cargo de uma equipe de 20 especialistas que acaba de completar a primeira fase do projeto de viabilidade, em parceria com os demais membros do consórcio. Liderado pela Politecnica Ingegneria ed Architettura, o consórcio também inclui Cooprogetti e ATI Project, todas elas são empresas com as quais Techint E&C fez uma parceria para desenvolver outros projetos de saúde na Itália.

O trabalho conjunto com a equipe encarregada da concepção deste hospital do futuro, sob a metodologia de trabalho colaborativo Building Information Modeling (BIM) e de outros modelos de design de avançado, enfrenta o desafio de esboçar um plano de design funcional e adaptável. Isso implica considerar os acelerados avanços em medicina e tecnologia prognosticados para a próxima década, período estimado para a conclusão da construção. O novo hospital, considerado o maior complexo hospitalar da Itália, abrange uma superfície de mais de 200.000 metros quadrados e as instalações contarão com cerca de 1.000 leitos, 45 salas de cirurgia de última tecnologia, uma torre completa dedicada à UTI, salas de pacientes e atendimento médico e um centro de dia para pacientes ambulatoriais, incluindo procedimentos de cirurgia menor, bem como a torre de pesquisa médica.

Morgera explica que a empresa ganhou a licitação para trabalhar na primeira fase no final de 2022. “O âmbito de ação desta fase preliminar, recém concluída, esteve concentrado no estudo de viabilidade, um desafio monumental levando em conta a envergadura deste projeto. Nossa responsabilidade abrange o projeto integral da estrutura, englobando tanto os sistemas elétricos como a instrumentação. Agora, estamos esperando as autoridades informarem as partes interessadas em uma reunião pública dos resultados e a autorização para começarmos com a segunda fase”.

Atualmente, uma das prioridades é assegurar o acesso ao transporte e maximizar a logística para integrar estes acessos no complexo de maneira eficiente em uma cidade densamente povoada, habitada por mais de 200.000 pessoas. Esta abordagem se deve ao fato de que o projeto terá um impacto significativo na comunidade local, transformando de maneira profunda o visual global da cidade.

Morgera explica que considerando que o hospital será um ponto nevrálgico para toda a região, o projeto da área circundante teve que contemplar uma estação de trem nas proximidades com um viaduto para os pedestres, a rodovia adjacente, um extenso estacionamento e uma linha exclusiva para bondes. "A coordenação da interface entre todos estes diversos aspectos exigiu um tempo considerável, pois foi preciso levar em conta a participação de diversas partes interessadas. No entanto, concebemos um plano que integra de maneira perfeita todas essas diferentes formas de acesso e chegada".

Não menos importante é a proximidade da Faculdade de Medicina da Universidade de Pádua, uma das mais prestigiosas da Itália, que estará conectada ao complexo através de uma passarela específica conduzindo a uma inovadora torre de pesquisa. Esta constitui um aspecto de suma importância no planejamento futuro, pois a pesquisa desempenha um papel fundamental nos avanços médicos e as instalações especializadas proporcionarão oportunidades únicas para agilizar a transferência da pesquisa para as atividades clínicas.

Uma vez concluída a primeira fase, a equipe lançará a segunda fase que envolverá o design de engenharia front-end (FEED). “Realizaremos uma grande reunião em janeiro para apresentar os resultados obtidos até o momento. Depois, trabalharemos na fase FEED, que deveria estar completa em uns quatro meses, conforme o contrato. Após essa fase, está previsto um prazo de quatro a seis meses para obter todos os alvarás necessários, já que se trata de um processo burocrático bastante lento. Nesse sentido, esperamos chegar para o final de 2024”, resume Morgera.

Durante o estudo de viabilidade, um dos aspectos que resultou particularmente desafiante foi a estratégia de proteção contra incêndios. Os especialistas em controle de segurança contribuíram com o sistema, introduzindo elementos como a determinação da localização de portas corta-fogo, pautas para o uso de materiais de construção incombustíveis, a implementação da compartimentação, o design de saídas e escadas de incêndios, e a instalação de um avançado sistema tecnológico de alerta e resposta de segurança contra incêndios.

Outro desafio implica considerar os prováveis avanços tecnológicos, não apenas no campo da medicina, mas também na assistência sanitária em geral, durante os próximos dez anos. Por exemplo, o uso de robôs de distribuição para ajudar no setor de enfermagem, capazes de transportar medicamentos, suprimentos, amostras laboratoriais e outros suprimentos pelos corredores e entre os andares. Daniele conta como foi desenhado o teto das instalações, com a área de aterrissagem, não apenas para os helicópteros que transportam pacientes e órgãos para transplantes, mas também para os drones, que no futuro desempenharão um papel muito mais importante na entrega de suprimentos e de elementos sensíveis como órgãos e, talvez, inclusive para o deslocamento de pacientes.

"Precisamos ser extremamente flexíveis nesta etapa, para que os planos possam ser atualizados tecnologicamente com o tempo, sem que isso afete o projeto estrutural básico", assinala Morgera. “O propósito foi desenvolver um design funcional com o objetivo de reduzir ao máximo os deslocamentos entre as diversas áreas médicas. Tudo foi feito utilizando BIM, e obtivemos mais de 6200 tipos de salas diferentes para desenhar e renderizar, usando 3D para mostrar aos médicos e a outros profissionais médicos o que estamos propondo, para que tenham uma ideia de como será seu futuro espaço de trabalho”.

Posicionado como um edifício sustentável, graças à meticulosa seleção de materiais, o complexo tecnologicamente avançado assegurará um ótimo rendimento energético. Em conformidade com esta premissa, estando o hospital em uma zona propensa a inundações, o projeto precisava prever possíveis eventos climáticos e meteorológicos extremos. Portanto, a proposta foi elevar os edifícios para permitir que a água siga seu curso por baixo das estruturas.

Finalmente, Morgera conclui: “É incrível ter tido a oportunidade de fazer parte desta etapa de planejamento. Quanto maior é a complexidade do desafio, mais enriquecedor é!”

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