Dante Olivares Pardo é responsável pela área de Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança (CMASS) no Parque de Máquinas (TEPAM) da Techint Engenharia e Construção no Peru. Aqui ele conta sua trajetória na Techint E&C e a decisão de estudar engenharia aos 48 anos.

Dante Olivares Pardo tem 55 anos e trabalha há dois no TEPAM no Peru como responsável pela área de CMASS. Mas seu vínculo com o Grupo Techint começou em 2002, em Camisea, o projeto energético mais importante do Peru, que envolveu a construção de uma tubulação de gás natural de 730 km de extensão e outra paralela para líquidos de gás natural, de 560 km.

Perseverante, ele conta o que fez para entrar na empresa: “O escritório da Techint E&C naquela época era em Pisco, onde eu moro. Durante três meses ia de bicicleta e ficava na porta para ver se tinham recebido o meu currículo. Era um dos primeiros a chegar e o último a ir embora. Camisea era um megaprojeto e todo mundo queria participar. Veio gente do país inteiro e eu também queria estar lá”.

A experiência em Camisea

Antes de ser contratado pelo projeto que tanto o atraía, Dante teve experiências variadas. Foi pedreiro e carpinteiro, ajudante no barco pesqueiro do pai, serviu ao Exército e atuou como vigia. Não contava com formação técnica, apenas com o ensino médio. “Mas a vontade de trabalhar era muita. Além disso, eu precisava: era casado e tinha duas filhas pequenas”, diz.

O esforço deu certo e ele foi contratado para atuar na área de Meio Ambiente da Techint E&C. “No início trabalhei na serra. Íamos antes da abertura da pista e examinávamos as possibilidades de que o traçado pudesse causar algum tipo de impacto no meio ambiente. Também realizávamos atividades de campo nas frentes de trabalho, supervisionando a gestão de resíduos, águas e efluentes em acampamentos, além de dar induções e capacitações aos colaboradores. Lá tive a sorte de trabalhar nos três setores: costa, serra e selva. Ganhei o apelido de ‘Dante, o caminhante’, porque andava muito todos os dias”, relembra.

As experiências seguintes foram nas áreas de Manutenção e de Meio ambiente no setor selva, onde percorria os acampamentos, que chegaram a ser 18. Na maioria dos casos, a equipe viajava de helicóptero. Para poder ir a mais acampamentos e cumprir os objetivos de conscientizar os colaboradores em temas ambientais, ensinar a proteger a flora e a fauna locais e verificar a gestão ambiental, o deslocamento muitas vezes era a pé.

Dante guarda diversas histórias daquela época. Uma vez andou 15 km no meio da floresta, com subidas e descidas de 600 metros, para encontrar um acampamento que tivesse telefone e poder falar com a mulher em uma data especial. Outra, sendo responsável pelo plano de contingência em emergências com GNL, precisou ficar vários dias na selva junto com um grupo de operários para instalar pontos de controle que seriam usados se ocorresse um vazamento. “O helicóptero nos deixava em plena selva”, conta. Ao fim de cada caminhada, de cada emergência, de cada objetivo atingido, ele pensava na família.

Sonho de ser engenheiro

Em 2016, Dante decidiu tornar realidade um sonho de anos: estudar engenharia. Escolheu a modalidade virtual. No caminho, enfrentou vários obstáculos. Primeiro a universidade acabou com o programa virtual, mas depois, por causa da pandemia, ele foi retomado. “Era muito sacrifício, mas com o objetivo em mente eu ia vencendo os obstáculos. Agradeço aos meus chefes na época, como o Adrián Spaltro, e agora no TEPAM agradeço ao Claudio Poletti, porque pude terminar meu curso de engenharia industrial por ter recebido o apoio deles”, reconhece.

Processos e métodos

Se tivesse que dar um conselho aos jovens talentos, diria: “É importante ter paciência e perseverança em tudo que fazemos. Hoje a produtividade está mais voltada para a quantidade do que para a qualidade, mas é preciso cumprir os processos e métodos para as coisas ficarem bem-feitas. Não existe uma idade limite para alcançar nossas metas, o importante é fazer isso bem”.

“Devemos acabar com o mito de que a segurança, o meio ambiente e a saúde são obstáculos para a produção na parte operacional. Quero liderar um grupo operacional que demonstre que a produção, a segurança, o meio ambiente, a qualidade e os aspectos sociais podem andar juntos de maneira efetiva”, afirma.

Dante se diz agradecido pela oportunidade que teve na Techint E&C de crescer profissionalmente e espera que os novos “techineiros”, além de bons profissionais, se sintam parte da empresa, “vistam a camisa”. Sobre as próprias conquistas, resume: “Pude fazer o meu trabalho, capacitar pessoas, conscientizar a população da região e ainda terminei a faculdade”.

A história de Dante Olivares Pardo é sinônimo de perseverança e um claro exemplo de que a idade não é obstáculo para cada um alcançar as metas a que se propõe.