“Se você não sabe fazer uma tarefa, tem que aprender; se sabe, tem que fazer melhor”
Publicado 27.2.2023
A trajetória de Diana Encarnación sofreu uma guinada quando ela passou da função de técnica ao de prestar assistência, de maneira remota, à coordenação de um projeto em outro país. Aqui ela conta quais foram os principais desafios na Techint E&C, paralelamente a encarar seus projetos pessoais.
Diana Encarnación é engenheira eletrônica e trabalha na Techint Engenharia e Construção. Atualmente, do Equador presta assistência remota à coordenação de Engenharia – comandada de Buenos Aires, Argentina – para o projeto Collahuasi (hoje C20+), no Chile. Ainda adolescente, ao descobrir sua paixão pelos cabeamentos e protoboards, soube que seu destino estaria ligado à sua vocação. Nesta entrevista, conta os desafios profissionais e pessoais de trabalhar remotamente, e o apoio da empresa ao seu projeto pessoal.
Qual foi a sua formação?
Em Quito (Equador) estudei engenharia eletrônica e de controle, na Escola Politécnica Nacional. Antes, na escola Hipatia Cárdenas, escolhi a orientação físico-matemática, que incluía eletrônica básica, porque gostava de conectar resistências, cabos ou protoboard. Era um colégio feminino com orientação técnica, algo muito inovador para a época e que eu agradeço muito.
Como foi o início da sua carreira na empresa?
Comecei a trabalhar no escritório técnico (Engenharia) do Campo Auca em 2018. Conhecia alguns dos meus colegas de um emprego anterior, então me entrosei rapidamente. Só tive que me adaptar aos padrões e procedimentos da empresa. Eu me sentia em casa, em clima de irmandade, sem diferenças entre homens e mulheres.
Dois meses depois de eu entrar para a empresa meu namorado me propôs casamento e marcamos a data para o ano seguinte. Foi uma grande alegria, mas ao mesmo tempo achava complicado ter aceitado um trabalho de campo. Com o tempo, me sentia obrigada a pedir demissão por conta dos meus projetos pessoais, mas conversei com os meus chefes da época, Pablo Elsesser e José Silva.
O Pablo me questionou e disse: “Por que você vai fazer isso? Temos que encontrar uma solução”. E foi o que aconteceu.
Fiquei muito contente quando eles disseram que o Gabriel Martínez e a Neydi Ñiacasha tinham aceitado que eu passasse a fazer parte do grupo de Engenharia de Quito. Então, em fevereiro de 2019 entrei para a equipe e me entrosei rapidamente.
Como foi passar para o C20+ e mudar de função?
Durante a pandemia, a família aumentou. Tivemos uma filha, que agora tem 1 ano e meio. Consegui compatibilizar tudo bastante bem porque o meu marido também é engenheiro de projeto e entende o ritmo de trabalho. Então, se um tem uma reunião, o outro cuida dela.
Após a licença-maternidade, voltei a trabalhar apoiando as tarefas técnicas. Quando a minha chefe Neydi me propôs ajudar na área de coordenação, aceitei com certo temor devido à minha falta de experiência na área. Como técnica, eu me concentrava na minha área de Instrumentação e Controle. Não via o aspecto macro dos projetos, as relações com o cliente e com os fornecedores internos e externos.
Quando o Gabriel Martínez me falou do projeto C20+ e do porte que tinha, fiquei entusiasmada e assustada ao mesmo tempo, porque seria a minha primeira vez na coordenação e com um projeto tão grande. Mas eu disse para mim mesma: “Se você não sabe fazer uma tarefa, tem que aprender; se sabe fazer, tem que fazer melhor”.
O primeiro desafio foi me adaptar ao horário – há duas horas de diferença com a Argentina e o Chile –, e depois às novas terminologias dos dois países. É um grande aprendizado observar o meu líderatual, Javier Veleizán, Gerente de Engenharia, na tomada de decisões, porque ele sempre vê além e interage continuamente com todas as áreas do projeto.
Hoje presto assistência à coordenação do projeto. Minha responsabilidade é ativar as questões relativas à interação entre disciplinas, suprimentos, contratos, reuniões internas e com o cliente, entre outras. Faço a gestão e o registro das mudanças que o cliente vai pedindo, o que exige comunicação permanente com as disciplinas e a área de contratos. É muito gratificante ter sido levada em conta para um projeto desse tamanho. Estou aprendendo muito.
Que recomendações você daria a uma mulher que queira estudar engenharia e/ou fazer uma carreira como a sua?
Eu diria: acredite em quem você é, no que você quer e assim você vai conseguir. Muita gente pode te apoiar. Mas, se você mesma não acreditar, não haverá muito o que se possa fazer. Também se esforce para continuar, apesar dos obstáculos, porque você tem que terminar com a convicção com a qual decidiu começar.
Se você quer seguir uma carreira técnica, faça isso por paixão e vocação, não para satisfazer os outros. No final das contas, é a sua vida e você deve decidir o que fazer com ela. Quem não gosta de um trabalho se limita a fazer o que é pedido. Quando você gosta, tem prazer e está sempre vendo como pode ajudar e contribuir.
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